Marcella Hazan me ensinou a cozinhar, através de seus livros assertivos, engraçados, contundentes e do seu amor profundo pela cozinha italiana, pelos ingredientes verdadeiros e pela minúcia dos detalhes que fazem toda a diferença numa receita.
Foi ouvindo Eleanora Fagan, a quem o mundo conheceu como Billie Holiday, que descobri a doçura da tristeza e a dignidade do sofrimento. Entendi que a beleza é mais aguda quando um pouco áspera, quando um tanto machucada.
Foi lendo Karen Blixen que fiquei ofuscada pela força silenciosa que emana do respeito e da observação, da reverência pela natureza.
Mulheres fictícias também habitam o Olimpo das minhas ídolas. Com Úrsula Buendía, a matriarca centenária de Cem Anos de Solidão, senti o poder do trabalho infinito de uma única mulher, e o quanto do mundo ela suporta e faz girar com sua diligência incansável, com sua teimosia metálica.
Escritoras fantásticas como Silvia Plath, Ana Cristina César, Elena Ferrante, que arrancam das linhas universos inteiros, faíscas e estrelas.